O secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África defendeu hoje a criação de uma agência africana de rating, salientando, no entanto, que os Estados têm de fazer o seu trabalho de casa primeiro.
“É importante gerir as expetativas, por isso primeiro, a nível nacional, temos de nos focar no fortalecimento da governação e da macroeconomia para fortalecer a nossa perspetiva económica, e depois temos de melhorar a qualidade dos dados, a sua disponibilidade e transparência”, disse Claver Gatete, numa reunião em Nova Iorque, no âmbito da Cimeira do Futuro, sobre a criação de uma agência africana de rating.
Na intervenção, Gatete sublinhou que “o ambiente regulatório para o processo de atribuição de ratings é importante” e disse que é preciso “complementar” a visão das três principais agências de rating sobre África, frequentemente acusadas de atribuírem notações financeiras mais negativas, em comparação com países de outras regiões com fundamentos macroeconómicos semelhantes.
“A importância dos ratings para o progresso económico de África é inegável, mas os tipicamente baixos ratings atribuídos pelas três principais agências, a S&P Global Ratings, a Moody’s e o Grupo Fitch, continuam a prejudicar África”, apontou Gatete, lembrando que dos 33 países africanos avaliados, apenas dois (Botsuana e Maurícias) estão em território de recomendação de investimento, e três (Etiópia, Gana e Zâmbia) entraram em incumprimento financeiro no ano passado.