Dos 36 cidadãos que compõem a comunidade angolana em Israel, apenas 17 manifestaram o desejo de regressar ao país, na sequência do conflito entre os israelitas e os palestinianos, informou, terça-feira, o embaixador de Angola naquele país do Médio Oriente, Osvaldo Varela.
Segundo o diplomata, dos 36 membros que compõem a comunidade angolana em Israel apenas 17 manifestaram o interesse de regressar ao país, sete “disseram taxativamente que não querem ser evacuados, oito estão ausentes de Israel e quatro estão incontactáveis”.
Osvaldo Varela esclareceu ainda que dos quatro cidadãos angolanos “incontactáveis” três são desportistas, que se deslocaram para Israel no início da temporada que “infelizmente não contactaram a Embaixada”.
“Tomamos conhecimento da existência deles através do Jornal de Angola porque dois foram convocados pela Selecção Nacional”, referiu o chefe da Missão Diplomática de Angola em Israel, em declarações à Televisão Pública de Angola.
Segundo o embaixador, uma vez que o número de angolanos que desejam regressar ao país é reduzido, não há necessidade do envio de um avião do país para repatriar os mesmos. “Vamos fazer a evacuação via Portugal”, assinalou.
Em relação aos seis cidadãos não residentes que se encontravam em Israel, o diplomata fez saber que os mesmos já deixaram a cidade de Telavive e “felizmente estão a caminho de Lisboa”.
O diplomata em missão de serviço em Israel assegurou, também, que a Embaixada está a tratar de todos os procedimentos para a evacuação dos cidadãos nacionais, sublinhando que se trata de um regresso “voluntário e não coercivo”.
Na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores referiu, em comunicado enviado ao Jornal de Angola, que “o Governo angolano acompanha com grande preocupação o recrudescimento do conflito israelo-palestiniano, cuja situação registou um profundo agravamento desde o dia 7 do corrente mês”.
Início do conflito
O Hamas lançou, no sábado, um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como “Espadas de Ferro”.
Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, civis e militares, que levou para a Faixa de Gaza.