A fotógrafa documental e artista visual Nélia dos Santos Azevedo participa, desde terça-feira até 21 do mês em curso, no Centro de Arte de Alcobendas, em Madrid, Espanha, na exposição colectiva “Trânsitos II – Fotografias em um mundo global”, com três obras em parede e um livro sobre o projecto “Marimbar”.
A artista luso-angolana apresenta um trabalho sobre identidade e território, enquanto cidadã europeia e angolana. Trata-se de um conjunto de obras que fazem parte do seu trabalho final de mestrado.
Em declarações ao Jornal de Angola, via WhatsApp, Nélia dos Santos Azevedo disse que Marimbar é um projecto desenvolvido como trabalho final de mestrado em Fotografia e Projectos Artísticos, em PhotoEspaña, que emerge de uma profunda reflexão sobre o sentido de pertença e tem como objectivo abordar o trauma colonial.
A fotógrafa documental afirma ser filha da descolonização, que se entrelaça com as de tantas outras pessoas, tecendo uma narrativa dinâmica e em constante reinterpretação, através de fotografias de arquivo e um diálogo contemporâneo com a fotografia documental. “Esse projecto estabelece uma ponte para revisitar a história, reconhecer diferentes perspectivas e construir uma nova narrativa mais consciente e alinhada com o presente”, disse.
O título Marimbar, avançou, faz referência à Marimba, um instrumento musical originário de Angola, que viajou com a diáspora africana no século XV. “Este projecto é uma oportunidade para reflectirmos sobre o impacto histórico e cultural da diáspora africana, promovendo o diálogo intercultural e a criação de um futuro mais inclusivo e consciente, seja em Espanha, na Europa ou no Mundo”, sublinhou a artista.
Com fotografias em colecções privadas no Brasil, Angola, Portugal e Espanha, Nélia dos Santos Azevedo foi seleccionada como finalista do Prémio Fundacíon ENAIRE 2024 e participa na exposição colectiva, no Centro de Arte de Alcobendas. Também foi indicada pela editora Dalpine para o prestigiado Prémio Star Photobook Dummy Award – Fundação PSV 2024.