O julgamento do “caso Lussati”, que envolve militares e funcionários civis ligados à então Casa de Segurança do Presidente da República, começa nesta terça-feira, 28, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
Segundo uma notificação da 3ª Secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal de Comarca de Luanda, que vai julgar o caso, estão arrolados 49 réus, entre os quais o principal, Pedro Lussati.
Os réus são acusados de 13 crimes, entre os quais o de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócios e branqueamento de capitais, entre outros.
Como testemunhas, foram arroladas mais de 200 pessoas. Tendo em conta este número, bem como o de réus e seus mandatários judiciais, o juiz da causa decidiu transferir o julgamento do Palácio Dona Ana Joaquina, onde funciona o Tribunal de Comarca de Luanda, para o Centro de Convenções de Talatona.
Pelo número de pessoas a serem ouvidas, aguarda-se por um julgamento longo. Entre as testemunhas arroladas estão os generais Alfredo Tyaunda, que é ouvido a 18 de Julho, Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Sequeira João Lourenço (11 de Agosto), além de Eusébio de Brito Teixeira, João Baptista Chindande, Higino Carneiro e Pedro Mutindi, a serem ouvidos a 12 de Agosto.
O caso veio a público em Junho do ano passado, quando o major Pedro Lussati, tido como o cabecilha do grupo, foi detido, depois de ter sido encontrado na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas e caixotes, sendo igualmente proprietário de mais de uma dezena de viaturas.
Na sequência, foram exonerados vários oficiais ligados à Casa de Segurança do Presidente, incluindo o general Pedro Sebastião, na altura ministro de Estado e chefe daquele órgão, que foi substituído no cargo pelo general Francisco Pereira Furtado.
Fonte: JA