ara além das numerosas ameaças à paz e à segurança e dos desafios da pobreza, a nossa região enfrenta também o risco de desintegração”, afirmou o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, alertando os três países que saíram do grupo regional para o risco de “isolamento diplomático e político” e para a perda de milhões de dólares em investimentos, para além da obrigatoriedade de vistos para os cidadãos que pretendam viajar entre os países deste grupo que inclui Cabo Verde e a Guiné-Bissau.
Em causa está a criação pelo Burkina Faso, Mali e Níger, de uma confederação, a Aliança dos Estados do Sahel, concretizada no sábado depois de meses de exclusão da CEDEAO e na sequência dos golpes militares feitos nestes países desde 2020 por militares.
A rotura com estes três países também agravará a insegurança regional e dificultará a criação de uma força regional, acrescentou Touray, citado pela agência France-Presse.
As relações entre o Níger e a CEDEAO deterioraram-se na sequência do golpe de Estado de julho de 2023, que levou os militares ao poder e que levou a CEDEAO a ameaçar com sanções económicas e até uma intervenção militar, o que acabou por não se realizar, ao contrário das sanções económicas, que foram levantadas em fevereiro deste ano.
No sábado, antes da reunião presidencial, os ministros da Defesa e das Finanças da CEDEAO tinham reunido para debater a criação e o financiamento de uma “força regional de luta contra o terrorismo e de restabelecimento da ordem constitucional”, uma proposta antiga da Comissão da CEDEAO.
O seu projeto prevê a criação de uma primeira unidade de 1500 homens, com a proposta de reunir posteriormente uma brigada de 5000 soldados, com um custo de cerca de 2,6 mil milhões de dólares, aproximadamente 2,4 mil milhões de euros, por ano.
Apesar das notícias de desacordo sobre a possível recondução do presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, como presidente da CEDEAO, foi eleito por unanimidade para mais um mandato de um ano.