Um total de 18 peças de arte estão patentes, desde terça-feira, no Camões – Centro Cultural Português, em Luanda, na exposição individual da artista Yola Balanga intitulada “Eme Mátria: Agora voltamos os nossos olhos à terra”.
Segundo a artista, a exposição, que fica patente até 5 de Agosto, chama os apreciadores de arte para uma reflexão imaginária à volta da palavra Pátria, para depois sugerir uma alteração do termo para “Mátria”.
Yola Balanga afirmou que o conceito “Mátria” é uma palavra que transcende a Pátria e mergulha, profundamente, na importância do sentimento de pertença à terra de origem, e que a ele está ligado por vínculos afectivos, culturais, valores e história. “Também almejo fazer as pessoas reflectir, por exemplo, caso Angola fosse governada por mulheres, em que dimensão estaria o país”, explicou.
O principal objectivo da mostra, disse, é desafiar as pessoas a focarem-se na preservação da terra que as originou. Yola Balanga utilizou oito fotografias que posicionam o seu corpo como objecto de aproximação à natureza, sobretudo à terra.
Por outro lado, nas dez pinturas, Yola Balanga evidencia a cor vermelha ao lado da mulher, que faz referência ao sangue, como anúncio à vida, bem como à responsabilidade do seu cuidado.
O curador da exposição, Luamba Muinga, explicou que Yola Balanga é uma artista que renuncia à arte silenciosa, onde não consegue colocar as observações das vivências diárias. Por isso, continuou, apresenta uma exposição que aparece como sugestão da alteração da expressão “Pátria” para “Mátria”.
Yola Balanga, pseudónimo de Margarida Celestino Balanga, nasceu em 1994, em Luanda. Actualmente, vive e trabalha em Madrid, Espanha. Começou o contacto com a arte no teatro e na moda, e depois se licenciou em Artes Plásticas e Visuais, na Universidade de Luanda.
Com apresentações de trabalhos em Angola, Espanha e Nigéria, utiliza a arte como elemento de transcendência e como ferramenta de questionamento sociopolítico e cultural.
Em 2022, foi uma das vencedoras do “Prince Claus SeedAwards”.