O ataque russo a um centro comercial na cidade de Kremenchuk, na região de Poltava, provocou, pelo menos, 18 mortos, segundo um balanço atualizado pelo Serviço de Emergência da Ucrânia (SES).
A mesma fonte indica, ainda, terem sido contabilizados 59 feridos, 25 dos quais internados em unidades de cuidados intensivos, tendo uma das vítimas mortais morrido no hospital.
O organismo referiu também que 440 pessoas, entre as quais 14 psicólogos, e 70 unidades do SES estiveram envolvidas.
As operações de resgate e de remoção dos destroços continuam, cujas imagens foram captadas no vídeo na galeria acima.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o ataque, que ocorreu na segunda-feira, adiantando, através do Telegram, que dentro do estabelecimento comercial estavam “mais de mil civis” e que o “local [estava] em chamas”.
“O número de vítimas é impossível de imaginar”, acrescentou, ressalvando que o centro não constituía “nenhum perigo para o exército russo”.
“Nenhum valor estratégico. Só o esforço das pessoas para viver uma vida normal deixa os invasores tão furiosos”, acusou, lançando que “a Rússia continua a colocar a sua impotência nos cidadãos comuns”.
“Esperar decência e humanidade da sua parte é inútil”, rematou.
O autarca da região, Vitaliy Meletskiy, afirmou, na rede social Facebook, que “há mortos e feridos”, não adiantando quaisquer números.
“Os russos vão arder no inferno!”, disse.
Kremenchuk, que antes da invasão russa tinha um total de 217 mil habitantes, é uma cidade industrial que serve de base à maior refinaria de petróleo da Ucrânia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa – justificada pelo presidente russo pela necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
Fonte: NM