Em comunicado, a NOC lamentou o “início de uma dolorosa vaga de encerramentos” de instalações petrolíferas, “e numa altura em que os preços do petróleo e do gás disparam” nos mercados internacionais.
Após o “encerramento forçado” no domingo do campo de al-Fil (sul), os empregados que trabalham nas instalações em Zuwetina (leste), Mellitah (noroeste), al-Sarrir (leste) e Al Khaleej (leste) foram “forçados a terminar progressivamente e totalmente a produção”, segundo a empresa.
A produção “nos campos de Abu al-Tifl (leste), al-Intissar (leste), al-Nakhla (leste)” também foi interrompida no domingo à semelhança da produção de gás nas fábricas associadas a estes locais e ao porto de Zuwetina, onde “um grupo de indivíduos entrou à força para forçar os trabalhadores a terminarem as operações”, precisou a NOC.
Neste contexto, a NOC “é forçada a declarar o estado de força maior no porto de Zuwetina” e nos campos e fábricas associados a este porto “até nova ordem”, declarou em comunicado Mustafa Sanalla, o patrão da NOC.
O “estado de força maior” permite ilibar a responsabilidade da NOC em caso de desrespeito pelos contratos de fornecimento de petróleo.
O encerramento de Zuwetina, um dos quatro terminais petrolíferos da designada região do “Crescente Petrolífero” (leste), vai privar a Líbia da exportação de cerca de um quarto da sua produção.
A Líbia, fraturada pelas lutas de poder entre o leste e o oeste desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, e que dispões das maiores reservas de África, possui atualmente dois executivos rivais.
Em fevereiro, o parlamento sediado no leste do país designou Fathi Bachagha como novo chefe de Governo. Mas este dirigente ainda não conseguiu pôr termo ao executivo instalado em Tripoli e dirigido por Abdelhamid Dbeibah.
Considerados como próximos da “fação” do leste, os grupos que bloqueiam os campos petrolíferos exigem “uma repartição justa” dos rendimentos e a transferência do poder executivo para Bachagha.
A NOC sublinhou por diversas vezes a importância de “preservar a neutralidade” do setor petrolífero e mantê-lo à margem dos “conflitos políticos”, frisou Sanalla no comunicado.
Fonte: NM