O responsável, que falava à imprensa no final da audiência com o Presidente da República, João Lourenço, no Palácio do Governo, à Cidade Alta, destacou que a multinacional regressa ao país “mais confortável” face ao novo ambiente de negócio criado para os investidores.”Estamos bastante impressionados com as reformas empreendidas pelo Governo, liderado pelo Presidente João Lourenço, nos últimos quatro anos, o que nos deixa bastante confortáveis para voltar a trabalhar aqui”, realçou.
O regresso da multinacional sul-africana ao país foi assinalado com a assinatura, ontem, numa outra ocasião, de dois contratos de investimentos mineiros com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, representado pela Agência Nacional de Recursos Minerais e pela Endiama.
Os dois contratos, com a duração de 35 anos, estão virados para a prospecção, pela De Beers, de depósitos primários de diamantes numa extensão territorial de 9 984 quilómetros quadrados nos municípios de Saurimo, Dala e Muconda, na província da Lunda-Sul, e outra área de 9 701 quilómetros, nos municípios de Chitato, Lucapa e Cambulo, na Lunda-Norte.
Questionado pelos jornalistas, à saída da audiência com o Presidente da República, sobre o capital investido nessa nova parceria, Bruce Cleaver disse que é ainda cedo para avançar o montante, dado o facto de estar a decorrer, neste momento, o trabalho de exploração.
“Como, nessa altura, de-corre a actividade de exploração, é prematuro adiantar o montante que será empreendido, mas já temos pessoal no terreno a fazer o trabalho de prospecção”, frisou.
De acordo com o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que falou um dia antes da assinatura dos acordos, o regresso da De Beers ao país vai permitir o aumento substancial da exploração e comercialização dos diamantes nacionais e a oferta de mão-de-obra qualificada.
O regresso da De Beers a Angola resulta das reformas implementadas pelo Executivo no subsector diamantífero, que conferem maior transparência aos processos de outorga de direitos mineiros. Os dois contratos, ontem assinados, resultaram de várias negociações entre as instituições angolanas e a De Beers, desde Outubro de 2021. Por forma a criar um melhor ambiente de negócio neste sector, o Executivo, liderado por João Lourenço, aprovou uma nova política de comercialização de diamantes brutos, para assegurar um sistema eficaz e de maior transparência no processo de compra e venda de diamantes.
A motivação para a elaboração desta política surgiu de uma orientação do Titular do Poder Executivo, para eliminar a política que vigorava e que era baseada em clientes preferenciais com direito de comprar toda a produção de diamantes do país, situação que influenciava negativamente no investimento para a actividade de prospecção e exploração de diamantes em Angola.
O objectivo da medida passa por aumentar as receitas para o Estado e motivar as grandes empresas mineradoras a regressarem ao país e implantarem fábricas de lapidação de diamantes, garantindo, deste modo, que os produtores tenham um preço justo na venda dos diamantes.
A De Beers é um conglomerado de empresas envolvido na mineração e comércio de diamantes. Está activa em todas as categorias da indústria de mineração de diamantes: a céu aberto, no subsolo em larga escala de aluvião, no mar profundo ou em encostas. As minerações têm lugar no Botswana, Namíbia, África do Sul e Canadá. A empresa foi fundada por Cecil Rhodes e financiada por Alfred Beit e a Rothschild.
Fonte: JA