Uma nova estrada, denominada Segunda Circular A3, vai ligar o novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN) à Centralidade do Zango 8000.
A infra-estrutura rodoviária, cujo andamento das obras foi constatado, ontem, pelo Presidente da República, João Lourenço, tem um percurso de 20 quilómetros, com dois sentidos de trânsito e duas faixas de rodagem cada, devendo permitir o acesso rápido e seguro ao novo aeroporto e facilitar, igualmente, a mobilidade automóvel em toda a extensão do Zango até Calumbo.
O novo trajecto serve de alternativa à Estrada Nacional 230, que liga Luanda a Catete, no Quilómetro 44, devendo o projecto, até à altura da conclusão, em Junho de 2025, além da estrada principal, contar com mais duas vias de serviço executadas.
Durante a visita ao local das obras da estrada, que durou aproximadamente uma hora, o Presidente João Lourenço recebeu explicações detalhadas sobre o andamento da construção, tendo, através da visualização do mapa dos progressos da empreitada, constatado as etapas já superadas pela construtora Omatapalo.
“O principal objectivo desta via é ligar o novo aeroporto ao Hospital Geral do Zango. No futuro, quando essa via terminar, em Junho de 2025, o objectivo também é desafogar o trânsito que sai do Zango, que liga à Estrada Nacional 230. É a Segunda Circular”, explicou ao Chefe de Estado a engenheira Rosária da Nóbrega, do Instituto de Estradas de Angola (INEA).
A Primeira Circular, continuou a engenheira, é a Avenida Fidel Castro Ruz, elucidando que a A3, actualmente em construção, deve ligar, além da Estrada Nacional 230, a Estrada Nacional 100.
No local, o Chefe de Estado pôde constatar, igualmente, que as obras, iniciadas em Junho deste ano, se encontram com uma execução física de dez por cento.
“Mas, só para entender, já temos toda a plataforma aberta, já se consegue passar da Estrada Nacional 230 para a Centralidade do Zango 8000”, esclareceu, ainda, a engenheira de construção civil.
Conhecer o percurso
Durante toda a visita, o Presidente da República mostrou-se muito interessado em perceber a fluidez, a comodidade e a segurança que a nova estrada vai proporcionar aos cidadãos, em especial àqueles que pretendam “tomar de assalto” a estrada, rumo ao Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
Mais do que olhar, atentamente, para o mapa dos progressos registados na obra e ouvir de Rosária da Nóbrega as explicações, João Lourenço levantou questões, abanando a cabeça às respostas, em gesto de aceitação e compreensão.
“Quem sai de Luanda para entrar para o aeroporto, entra. Mas pode ir a Catete e, também, fazer a ligação com o Panguila, na Segunda Circular. Isto aqui está no nosso segundo contrato, que é o contrato sobre o viaduto. Uma passagem hidráulica considerável”, explicou a engenheira Rosária da Nóbrega, apontando para uma das zonas do mapa.
“A partir de sexta-feira, pode-se sair do aeroporto e vir directamente para aqui. Sim, já temos isso, isso tudo já está em binder”, disse, ainda, a profissional do INEA, referindo-se a uma das vias de acesso ao aeroporto, para quem sai de Catete.
À semelhança do que já nos habituou, João Lourenço não quis ficar apenas pelas explicações. Ou seja, tão logo acabou de ouvir as explicações técnicas sobre as etapas já avançadas da obra, no papel, o Chefe de Estado foi ver de perto quantos quilómetros de estrada, dos 20 previstos, do aeroporto até ao Zango, já estão concluídos. Mas quem pensava que ficasse por aí, acabou redondamente enganado. O Presidente da República “pisou” a terra batida e fez o percurso automóvel pelo resto da via, que deve receber o asfalto nos próximos meses.
“Aqui, hoje, estamos a fazer a betonagem de uma passagem hidráulica, mas que é cofragem perdida, então aquilo que está a ser feito lá, nós não vamos nem tirar a cofragem, vamos colocar a terraplanagem por cima e depois os outros serviços”, assinalou, também, a engenheira do INEA.
Rosária da Nóbrega assegurou que até ao Zango 8000 está já aberta a plataforma e alguns pontos na camada de base. Como prova, indicou o facto de já se poder passar, de forma tranquila, até com carros pequenos, até à ligação à centralidade, apesar de parte do percurso não ter, ainda, asfalto.
“O objectivo é ligar, em caso de emergência, o aeroporto até ao Hospital Geral do Zango 8000. Nós já podemos chegar até aqui e entrar pelo Zango 8000. Só que o aeroporto ainda não está aberto”, referiu, para esclarecer que, futuramente, a Segunda Circular vai dar até ao Ramiros e Panguila.
As obras de construção de vias de acesso ao novo aeroporto inserem-se no Programa de Melhoria da Mobilidade de Luanda, que compreende, não só a construção do muro de segregação da linha-férrea, mas também a BRT KK500 da Estalagem, construção de cinco passagens superiores do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) e do metro de superfície, que vai ligar o bairro Benfica ao município de Cacuaco, numa extensão da Zona Económica Especial ao Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
Mão-de-obra nacional em maioria
A presença, em maioria, de mão-de-obra nacional, no local, supera os dez expatriados afectos ao Consórcio Omatapalo, construtora responsável pela execução da infra-estrutura rodoviária.
A estrada, de 20 quilómetros, vai integrar uma drenagem de 42,48 quilómetros, quatro pedonais, 20,78 quilómetros de sinalização e igual percurso de iluminação pública.
“A ligação que vai dar depois ao aeroporto, em alguns pontos, saímos do asfalto, por causa das passagens hidráulicas que estão a ser construídas. Estamos em conformidade com o GONAIL também. As futuras ligações de água, esgotos, está tudo em compatibilidade com os projectos”, disse a engenheira Rosária da Nóbrega.
A profissional do INEA garantiu, ainda, que está em execução a camada de base, assegurando que tudo está a ser feito para que, até sexta-feira, esteja tudo completado, bem como o “binder”, sublinhando que, provavelmente, vai ser iniciada a macro-drenagem no viaduto.
“Temos na ligação com Calumbo, ali no Zango 8000, e, também, 15 quilómetros da estrada do Zango e dez de macro-drenagem do Zango”, referiu a profissional durante as explicações ao Presidente João Lourenço.
No início de Junho deste ano, recorde-se, o Chefe de Estado saiu do Palácio Presidencial para percorrer os caminhos que vão levar os viajantes ao novo Aeroporto Internacional, e, na ocasião, constatou a existência de alguns constrangimentos, a começar pela ligação por comboio.
João Lourenço convocou, depois, uma reunião de emergência, tendo no fim do dia publicado um despacho com medidas emergenciais a serem realizadas.