O presidente do Centro Interdisciplinar de Estudos Culturais da Argentina, Aníbal Gotelli, mostrou-se encantado com o acervo e a história do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela.
O catedrático, que falava à imprensa, no termo da sua primeira visita de estudo, análise e pesquisa no Museu de Arqueologia, disse que a história reflecte além do contexto angolano, também do mundo dado o seu historial.
O estudo, explicou, visa constatar as condições das infra-estruturas e dos artefactos ali existentes há longos séculos, bem como avaliar a forma de conservação das peças arqueológicas, tendo reconhecido que é um potencial histórico de excelência, que contribui de forma significativa para o engrandecimento da cultura africana.
Aníbal Gotelli confessou ter ficado bastante surpreendido com a reabilitação do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela.
Com a remodelação do edifício, sublinhou, as peças arqueológicas expostas transmitem a vida cultural, que de forma mais facilitada elevam o nível de conhecimento histórico dos estudiosos.
“O sentimento é de satisfação e admiração pela conservação e do acervo existente”, manifestou o pesquisador argentino, acrescentado que na qualidade de ex-director do protocolo da República da Argentina e, actualmente, docente universitário sai de Benguela com conhecimento da realidade histórica e cultural.
A visita a Benguela, referiu, enquadrou-se numa jornada de trabalho de campo, visando reforçar as relações de cooperação entre a cultura de Angola e da Argentina, para o reforço de conhecimentos nesse domínio, de modo que a verdadeira história dos dois países não se apagou nunca e seja transmitida às futuras gerações.
O pesquisador fez saber que na qualidade de docente universitário e pesquisador tem-se dedicado bastante em trabalhos de campo, facto que lhe levou a escalar a cidade das Acácias Rubras, para ver de perto a originalidade actual do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela.
Segundo o investigador, tem ouvido falar muito sobre a instituição museológica e guarda consigo vários retratos históricos da sua anterior imagem, que clamava por uma recuperação urgente, dado o acentuado nível de degradação.
“Eu viajo muito e faço muitas visitas em diversos países a nível do mundo, todos os meses de cada ano e tem sido muito difícil encontrar lugares que se assemelham ao Museu Nacional de Arqueologia de Benguela”, reforçou.
Aníbal Gotelli destacou o formato da sala de conferências do Museu Nacional de Arqueologia, no centro daquela infra-estrutura, um modelo ímpar, um projecto arquitectónico que enriquece as maravilhas de Angola e de Benguela, em particular.
De acordo com o investigador argentino, a cultura está intrínseca na vida de cada um ser humano, desde a linguagem, na música, na arte, no lazer, na criatividade, entre outros segmentos, daí que as qualidades do Museu Nacional de Arqueologia promovem no seio dos estudiosos a busca incessante do saber e a expansão do turismo científico, o que pode impactar positivamente no crescimento da economia.
Em Benguela, sente-se o verdadeiro enraizamento da cultura africana, facto que se torna uma real demonstração de que se pode fazer muitas coisas boas, para o desenvolvimento da cultura no seu todo, a nível internacional, a partir das terras de Ombaka.
Aníbal Gotelli constatou, também, o resultado das pesquisas arqueológicas em Angola, que datam de 1800, desde os artefactos de ferro, pedra, madeira e feitos em palha, bem como as suas datas históricas de escavação e as condições de conservação.
As exposições diversas de instrumentos líticos (choppers, lanças de ferro, núcleos, bifaces e lascas), objectos de cerâmica, macutas, dentes de tubarão (Megalodon), que já data a milhares de anos, miçangas, entre outros, dominaram a atenção do visitante.