“Há bombardeamentos contra Azovstal. Tenho a certeza de que os invasores não vão parar até que aniquilem os militares e os civis lá dentro”, escreveu Petro Andryushchenko no serviço de mensagens.
O porta-voz acredita que só a intervenção externa e as garantias de segurança de outros países para assegurar a evacuação poderão realmente salvar Mariupol e os seus defensores.
Além disso, segundo Petro Andryushchenko, ainda há confrontos na zona da estação de elétricos, longe de Azovstal, o que contrasta com as alegações do lado russo de que as suas tropas estariam a controlar a cidade, exceto a fábrica.
Estima-se que na fábrica de Azovstal existiam cerca de 1.000 pessoas — civis e militares –, entre as quais 500 feridos.
As autoridades ucranianas estão a pedir um corredor humanitário para retirar as pessoas da metalúrgica.
Do lado russo, foi relatado que Vladimir Putin ordenou que o ataque a Azovstal fosse interrompido e a fábrica cercada para evitar que os defensores escapassem.
Por sua vez, a Direção-Geral de Inteligência do Ministério do Interior ucraniano sustentou que os militares do Kremlin instalaram 13 crematórios na cidade para eliminar os corpos dos civis mortos e que o plano dos invasores é encontrar e acabar com todos os testemunhas das atrocidades.
Até agora, cerca de 150 mil pessoas foram retiradas de Mariupol, uma cidade portuária fortemente atacada pelos russos desde 24 de fevereiro.
Cerca de 120 mil pessoas permanecem na cidade que é defendida por soldados do batalhão Azov e fuzileiros navais ucranianos, segundo o assessor do município.
O presidente da Câmara Municipal de Mariupol, Vadym Boychenko, havia dito anteriormente que cerca de 100 mil pessoas ainda estavam na parte ocupada da cidade e que muitas outras conseguiram sair.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU — a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Fonte: NM