O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou o Dia da Constituição da Ucrânia, que se celebra esta terça-feira. Numa comunicação dirigida ao país, o chefe de Estado afirmou que a Constituição funciona como um raio-x que mostra “os pontos fortes e fracos” de um país.
Frisando que “durante uma guerra em escala”, as “principais características” do povo ucraniano “são claramente visíveis”, Zelensky lembrou que, 26 anos após a adoção da Constituição, a Ucrânia continua a lutar pelo direito à “autodeterminação” e “independência”.
“Não começámos a guerra, não fomos os primeiros a atirar e não fomos os primeiros a atacar. Defendemos a Ucrânia, que é um Estado soberano, independente, democrático, social e legal. Pegando em armas, não hesitámos, como se estivéssemos numa encruzilhada. Não escolhemos defender o primeiro artigo da Constituição ou aderir ao primeiro mandamento de Deus. Deus está do nosso lado, ele diz que defender a sua casa do mal não é pecado. É um pecado não o defender”, frisou.
Zelensky afirmou que a Ucrânia é soberana “em todo o território” e que tal território “dentro das fronteiras existentes é inviolável”. “É por isso que no Leste e o Oeste, no Sul, no Norte e no Centro, o nosso povo luta heroicamente”, considerou.
O presidente ucraniano alertou ainda que “só o povo pode alterar a ordem constitucional da Ucrânia” e que “ninguém pode usurpar o poder do Estado”.
Sobre a guerra na Ucrânia, Zelensky considera que “o invasor [a Rússia] esperava um acolhimento caloroso, mas enfrentou uma resistência feroz”. “A nossa resistência já dura há 125 dias. Para o mundo é o oitavo milagre (…). Para nós é o 17.º artigo da Constituição da Ucrânia. A defesa da Ucrânia é a função mais importante do Estado e a questão de todo o povo ucraniano”, frisou.
Assinala-se, esta terça-feira, o 125.º dia da guerra na Ucrânia, que já provocou, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a morte a 4.662 civis e deixou 5.803 feridos.
Fonte: NM